Selic: Copom deve elevar taxa de juros para 12,75% amanhã
Na próxima quarta-feira (4), o Copom deve elevar a Selic para 12,75%, ou seja, um aumento de 1 ponto percentual. De acordo com especialistas econômicos, o reajuste na taxa deixará o cenário financeiro mais apertado.
Mesmo com o próximo ajuste mais lento que os demais, os economistas de grandes instituições financeiras ressaltam a alta da inflação, que passou de 12% anuais, e consequentemente, a piora das expectativas como os principais pontos para que o Banco Central (BC) não sinalize o fim do ciclo de alta.
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Reunião do Copom pode aumentar a taxa Selic
Baseado nessas informações, podemos vivenciar aumentos ainda maiores na taxa básica de juros. Para definir o valor da Selic, o Copom observa alguns fatores, como:
- A situação dos valores dos produtos básicos globais não industrializados, em relação a guerra na Ucrânia;
- A desvalorização da moeda americana, alta dos juros pelo Fed – que fará reunião no mesmo dia;
- E a pandemia Covid-19.
Durante a última reunião, o Banco Central fez algumas previsões, entre elas o dólar a R$ 5,05 e o barril de petróleo a US$ 100,00 no fim do ano, fatores que elevariam a inflação à meta em 2023.
Entretanto, o dólar caiu abaixo de R$ 4,60 em abril e a commodity já voltou para perto do valor apontado pelo BC. Contudo, não foi o suficiente para minimizar as projeções para a inflação.
Expectativas de um especialista para a reunião do Copom
O economista-chefe do banco Itaú, Mário Mesquita, analisou o cenário e fez as seguintes projeções:
- Copom deve indicar um ajuste adicional moderado para sua próxima reunião, mas manter a flexibilidade, reforçando que os riscos são predominantemente elevados para a inflação;
- Comitê deve enfatizar que, em um cenário de incerteza, os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas;
- BC deve aumentar a taxa Selic em 1pp e sua comunicação deve destacar a situação de elevada incerteza internacional, em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia, o surto de Covid-19 na China, e maior inflação e taxas de juros nos países desenvolvidos.
Para Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco, as projeções serão as seguintes;
- BC deve elevar a Selic para 12,75%, conforme sinalizado, e não deve se comprometer com os passos futuros, deixando a porta aberta para tomar a decisão a partir dos dados e da evolução da inflação que serão conhecidos até a próxima reunião do Copom;
- “Por ora, mantemos nossa expectativa de taxa terminal em 12,75%”.
Outros economistas que analisaram o caso foram, Cassiana Fernandez e Vinicius Moreira, do JPMorgan. Segundo eles:
- Copom deve subir o juro em 1 pp e manter a porta aberta para apertos adicionais, embora em um ritmo menos acelerado;
- BC deve revisar o cenário de inflação para cima;
- Dada a desancoragem da expectativa inflacionária e da inflação elevada e disseminada – banco espera que a inflação termine este ano em 8% -, “parece apropriado continuar com o ciclo de aperto”;
- BC deve evitar compromisso com fim do ciclo, ganhando tempo para calibrar a política monetária.
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Imagem: rafastockbr / Shutterstock.com