Valor da cesta básica já ultrapassa o salário mínimo em São Paulo
A cesta básica atingiu R$ 1.226 em São Paulo e o valor ultrapassa o salário mínimo. Veja os motivos e como está a situação no resto do país.
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Uma pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apontou que o valor médio da cesta básica aumentou 1,36% em comparação a abril e atingiu R$ 1.226, em São Paulo. O preço ultrapassa o salário mínimo.
Os produtos básicos que compõem a cesta básica sofreram aumento devido a fatores diversos como adversidades climáticas, aumento no preço das commodities e alternância do dólar. As mercadorias de higiene pessoal e alimentação foram os que mais puxaram essa alta.
No período de 12 meses, a inflação dos itens analisados passa de 18%, bem acima do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), registro oficial da inflação, inferior a 12%.
Alguns produtos, nesse tempo, apresentaram grande alta: a batata subiu 70%, enquanto o café subiu mais de 95%.
Segundo economistas, essa situação pune, ainda mais, as pessoas que ganham menos. O poder de compra continua em queda significativa e tem maior impacto sobre as pessoas mais pobres.
A expectativa é de que a inflação sobre esses itens essenciais comece a desacelerar, uma vez que os problemas climáticos do começo do ano já passaram. No entanto, o que preocupa são os elevados preços dos combustíveis que influenciam diretamente toda a cadeia de produção, encarecendo ainda mais os produtos.
Cesta básica no Brasil
Com base no mesmo estudo do Diesse, o preço médio da cesta básica é de R$ 663,29 no país. Esse valor corresponde a 55% do salário mínimo atual (R$ 1.212). É o maior percentual desde 2004. Naquele ano, a cesta básica consumia 58%, o que equivalia a R$ 150,52, em média, do salário mínimo de R$ 260.
A pesquisa apontou também que, nos anos de 2012 e 2018, a cesta básica consumiu o menor valor em relação ao salário. Em 2012, a cesta custava em média R$ 248,36 e salário mínimo era de R$ 622. Já em 2018, a cesta básica valia em média R$ 386,20 e o rendimento mensal era de R$ 954. A partir de 2019, os valores começaram a subir.
Dados fornecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que itens de alimentação e bebidas representam cerca de 20% do orçamento familiar. Para as famílias mais pobres, no entanto, a realidade é ainda pior: o custo com alimentação chega a 35% dos ganhos.
Diante desse cenário, o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil mostrou que existem 33,1 milhões de brasileiros em estado de fome. São 14 milhões a mais de pessoas em insegurança alimentar grave em 2022.
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Imagem: Janine Passos / shutterstock.com