Saída da Ford vai causar perda de mais de 118 mil postos de trabalho
A opção da Ford de encerrar suas atividades no Brasil deve representar a perda de 118.864 postos de trabalho. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é responsável pelos dados. Assim, com as 5 mil demissões anunciadas pela montadora, o potencial salarial do Brasil também pode ter um impacto, resultando em menos R$ 2,5 bilhões ao ano.
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Em relação à saída da empresa do país, o departamento reconhece que a Ford, ao longo dos anos, foi beneficiada no Brasil com políticas de incentivo ao setor; e que isso teria garantido a expansão e a geração de muitos empregos. No entanto, o Dieese também afirma que faltaram regras mais claras relacionadas à possíveis contrapartidas para manutenção da produção de empresas do setor em território nacional.
Ou seja, a avaliação é que o governo não entregou o compromisso necessário para preservar o setor industrial no país e os empregos: “o que se observa é o fechamento de empresas, aumento do desemprego, queda da renda das pessoas, aumento da pobreza e da pobreza extrema, desigualdades, fome, miséria e queda da arrecadação pública”, diz a nota da Dieese.
O que a Ford diz sobre o fechamento das fábricas no Brasil
De acordo com a Ford, o fechamento das fábricas no Brasil é mais um passo de seu processo de reestruturação global. Em comunicado sobre os fechamentos, a empresa disse que a decisão foi tomada “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
Entretanto, a Ford enviou mais informações detalhadas em carta para os concessionários. Nela, a montadora afirmou que “desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas”. Sendo assim, a matriz, nos Estados Unidos, tem auxiliado nas necessidades de caixa, situação que vem se tornado insustentável.
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Imagem: Leonidas Santana / Shutterstock.com
