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Investir em imóveis ou renda fixa; o que vale mais?

Com uma das maiores taxas de juros do mundo, o questionamento é válido. Mas é importante entender que a decisão varia para cada pessoa. Entenda!

Um dos investimentos mais comuns no imaginário do brasileiro é aquele realizado a partir da compra de imóveis. Quem nunca ouviu alguém dizer que “gostaria de viver de aluguel”? Mas será que investir em imóveis pode ser melhor do que em renda fixa? Ainda mais sendo o Brasil um dos países do mundo com a maior taxa de juros?

De fato, os imóveis podem garantir uma boa estabilidade financeira e retornos interessantes. No entanto, isso dependerá de diversos fatores e de uma análise individualizada. Um dos principais é a própria capacidade de compra de um imóvel, o que não é acessível a todos. Mas se investir em imóveis para obter renda pode ser difícil, por seu alto custo, o que fazer?

Fique tranquilo que vamos explicar neste artigo as vantagens e desvantagens de cada uma das opções. Assim você poderá escolher qual delas é a melhor! Confira!

Investir em imóveis ou renda fixa?

Atualmente, quando falamos em investimentos seguros e previsíveis, um dos primeiros que surgem na cabeça do brasileiro é o na renda fixa. Essa alternativa, porém, pode gerar dúvidas, principalmente por conta da enorme variedade de tipos de investimentos e rendimentos.

De acordo com B3, a Bolsa de Valores brasileira, por conta da elevada taxa de juros, o volume investido em aplicações de renda fixa somou cerca de R$ 1,8 trilhão até o final do primeiro trimestre de 2023. Isso representou uma alta de 42% sobre um ano antes.

Ainda conforme a Bolsa, nesses 12 meses, foram atraídos 4 milhões de novos investidores. Dessa forma, atualmente existem 15,3 milhões de brasileiros que colocam o seu dinheiro na renda fixa.

Compreender se o investimento em renda fixa de fato vale a pena para a sua realidade passa, entre outros fatores, pela compreensão do perfil de investimento e também do cenário da renda fixa no Brasil.

Entenda melhor tudo isso.

O que são investimentos em renda fixa

Os investimentos em renda fixa são tratados como uma categoria relativamente mais segura de investimento — ainda que não isenta, completamente, de risco.

Isso se dá porque esse tipo de investimento tem maior previsibilidade sobre os rendimentos. Um investimento em renda fixa tem seus termos de rendimento definidos no momento da contratação. Porém, não significa que o investidor saberá necessariamente quanto vai receber ao fim da aplicação, mas ele sabe exatamente a quais critérios o rendimento está sujeito.

Há outro aspecto que pode trazer segurança aos investidores em investimentos de renda fixa: os emissores dos títulos.

O Tesouro Direto, canal de compra de títulos da dívida pública, permite investimentos em renda fixa. Os títulos emitidos pelo governo são considerados especialmente seguros, justamente por terem garantia de segurança pelo Tesouro Nacional.

Já os ativos de renda fixa emitidos por bancos, como os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito, e são considerados seguros.

Investimentos como o CDB e aqueles do Tesouro Direto (mais diretamente, o Tesouro Selic), tendem a variar conforme a taxa básica de juros do país — a taxa Selic.

Veja a seguir os principais investimentos em renda fixa realizados pelos brasileiros, conforme a B3. Os dados são referentes ao 1º trimestre de 2023 e comparados ao mesmo período de 2022.

Tesouro Direto

  • 2,1 milhões de investidores (por CPF); +13% em um ano;
  • R$ 3.100 de saldo médio investido; +35% em um ano.

Captação bancária (CDB, RDB, LCI e LCA)

  • 14,2 milhões de investidores (por CPF); +37% em um ano;
  • R$ 7.000 de saldo médio investido; -11% em um ano.

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E os investimentos em imóveis?

Investimentos em imóveis, por outro lado, são tratados como alternativas com mais riscos. E isso não significa, necessariamente, que se trate de algo melhor ou pior.

Uma série de fatores impactam o mercado imobiliário. A própria variação da taxa básica de juros é um deles — associada aos juros de financiamento imobiliário —, mas outros aspectos, como a taxa de desemprego e a inflação ajudam a aquecer ou esfriar o mercado.

Esses elementos fazem com que a demanda e a oferta de imóveis suba ou diminua. Além disso, existem fatores menos dependentes da economia, como a localização do imóvel ou mudanças urbanas.

Compõem o bolo de aspectos a serem considerados, na compra de um imóvel para renda, eventuais gastos, como reformas, condomínio e contas básicas, quando o imóvel está vago.

Esse também é um tipo de investimento com menor liquidez, isso é: a dificuldade em transformar o ativo em dinheiro é maior, uma vez que a venda de um imóvel não se dá imediatamente.

No mais, a depender, novamente da economia, para se vender mais rápido seja preciso reduzir o seu preço. Mas claro há inúmeros casos de valorização do imóvel.

Perfil de investidor

Dado o cenário, é importante compreender o próprio perfil de investidor. Investir em imóveis pode ser uma boa opção para investidores que estão mais tranquilos com a possibilidade de tomar riscos.

A renda fixa é, de fato, um tipo de investimento mais previsível. No entanto, caso a leitura de um investidor mais arrojado seja a de que, com o devido estudo, tenha encontrado um imóvel cuja valorização pode ser alta, ele pode investir na sua compra, seja pensando em aluguel ou revenda.

Para investidores mais conservadores, especialistas também costumam recomendar uma carteira de ativos variada. No entanto, costumam-se priorizar opções com maior segurança e previsibilidade.

Investir em imóveis ou renda fixa?

Como você pôde ver, os investimentos em imóveis podem ter uma série de particularidades. No entanto, para vias de comparação, utilizaremos os rendimentos divulgados pelo Anuário Datazap+, feito pela plataforma de aluguel de imóveis Zap+.

O levantamento tem como base os dados reunidos e publicados em relatórios pela empresa junto à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) no decorrer dos anos.

Confira a variação dos valores de venda de imóveis e de aluguéis, nos últimos cinco anos:

FipeZAP+ VendaFipeZap+ Locação
2017-0,5%-0,7%
2018-0,2%2,3%
20190%4,9%
20203,7%2,5%
20215,3%3,9%
20226,2%16,6%
Fonte: Fipe

Para avaliar o rendimento também de investimentos em renda fixa, levantamos os dados publicados pela B3, a Bolsa de Valores brasileira, sobre o valor da taxa DI e da Selic nos últimos cinco anos.

Os dados são referentes ao último dia de cada ano publicados pela B3. Vale lembrar que, dentro do ano, esses valores podem ter passado por variações.

Além disso, os dados informados aqui tem a intenção apenas de comparar valores, e não devem servir como recomendação.

DataMédiaTaxa Selic
29/12/20176,89%6,9%
31/12/20186,4%6,4%
31/12/20194,4%4,4%
31/12/20201,9%1,9%
31/12/20219,15%9,15%
30/12/202213,65%13,65%
Fonte: B3

O que fazer?

Por fim, como vimos, se você tem um dinheiro ou busca uma aplicação para ele, é preciso analisar muito bem o que fazer. Como se sabe, para juntar é difícil, mas para se gastar é rápido.

No mais, existe a inflação. Ou seja, deixar o dinheiro parado ou na poupança leva a uma perda do poder de compra ao longo do tempo.

Portanto, é importante sempre avaliar o seu objetivo. Imóveis são investimento de longo prazo que podem – e muito – se valorizar e gerar renda de aluguel.

Os imóveis geram segurança e estabilidade, além de possibilitar a saída do pagamento do aluguel. Afinal, este é um dinheiro que não volta.

Mas, como pontuamos, o investimento em imóveis não tem liquidez. Ou seja, caso seja preciso levantar o dinheiro do valor de um imóvel com rapidez, não será possível.

Em suma, escolher entre uma das opções deve ocorrer diante dos objetivos de vida. Se a intenção é deixar rendendo o dinheiro e retirar em um ano, dois ou cinco, pode ser melhor a renda fixa.

Caso contrário, o investimento em imóvel pode valer a pena, já que poderá se valorizar ao longo do tempo, gerando renda e patrimônio.

Imagem: Brian A Jackson / shutterstock.com