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Em reunião tensa, Mandetta pediu que Bolsonaro não minimize a pandemia do coronavírus: “não é uma gripezinha”

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou, hoje (28), o discurso pelo isolamento horizontal contra a disseminação do coronavírus. Ele fez críticas diretas a posturas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro. Isso foi depois de uma reunião tensa no Palácio da Alvorada em que o ministro pediu que o presidente não diminuísse mais a gravidade da epidemia, relataram duas fontes à Reuters. Além disso, de acordo com o jornal O Estado de São Paulo, ele advertiu o presidente da República e disse que não se trata de uma “gripezinha”.

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Em reunião tensa, ministro da Saúde pediu que Bolsonaro não minimize a pandemia do coronavírus

A reunião, que teve participação de outros ministros, Mandetta avisou ao presidente que não defenderia o chamado isolamento vertical, que vem sendo defendido por Bolsonaro como forma de reduzir o impacto econômico da pandemia.

“Foi uma reunião ríspida”, disse uma das fontes. “Mandetta não abre mão do isolamento horizontal. Ele está pisando em ovos, mas algumas coisas ele não vai abrir mão. Vamos ver o que vai acontecer daqui para frente.”

Além disso, na coletiva de hoje, Mandetta disse que sua atuação será guiada pela ciência e defendeu ainda que as pessoas devam ficar em casa.

“Ainda não dá para falar: ‘Libera todo mundo para sair’, porque a gente não está conseguindo chegar com o equipamento, como a gente precisa”, afirmou o ministro na entrevista. “Se sair andando todo mundo de uma vez, vai faltar (o atendimento) para rico e pobre.”

Crítica contra as carreatas

Mandetta ainda criticou as carretas pedindo abertura do comércio, que foram marcadas em várias cidades. O próprio presidente e seus filhos compartilharam vídeos dessas carreatas em suas redes sociais. Além disso, o ministro da Saúde criticou o medicamento cloroquina, que é defendido por Bolsonaro como solução para epidemia, não é uma panaceia e pode ser tóxico.

O presidente tem defendido abrandamento das medidas de restrição à circulação adotadas por prefeitos e governadores. Para ele há necessidade de deixar o isolamento horizontal e passar para o vertical. Assim somente idosos e pessoas com doenças pré-existentes ficariam isoladas, e liberaria as demais para voltar ao trabalho e estudantes voltarem às aulas.

Defesa do isolamento

Entretanto, segundo uma segunda fonte, Mandetta foi para a entrevista convencido de que precisava ser claro na sua posição em defesa do isolamento. Isso porque as falas do presidente e a sua própria tentativa de contemporizar estavam levando ao crescimento de movimentos para acabar com a contenção da circulação de pessoas quanto o sistema não está preparado para um pico da epidemia.

A conversa com Bolsonaro, portanto, não foi amigável. O ministro pediu ao presidente para controlar o discurso e, assim, evitar o fim do isolamento. Mas Bolsonaro não teria recebido bem.

No encontro no Palácio da Alvorada estavam, além de Mandetta, os ministros da Casa Civil, Walter Braga Netto, da Justiça, Sergio Moro, da Defesa, Fernando Azevedo, da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, da Advocacia-Geral da União, André Almeida, e o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres.

Vários ministros cobraram do presidente uma unificação do discurso do governo. Isso porque, depois do pronunciamento da semana passada, alimentou a rede bolsonarista, mas também foi extremamente criticado pela sociedade, o que inclui governadores, prefeitos e parlamentares.

Mandetta, então, deixou claro que iria se pautar pela saúde e não defenderia a liberação do comércio, como tem feito Bolsonaro.

Mandetta teve o apoio dos ministros civis–Moro, Marinho, Jorge Oliveira– e do general Braga Netto, o que lhe deu peso na discussão.

Entretanto, uma das fontes disse que “Não foi uma conversa fácil”.

Ministro não vai pedir demissão

Além disso, as duas fontes confirmam ainda que não está nos planos do ministro pedir demissão, nem de ninguém da sua equipe. Na entrevista, Mandetta afirmou: “Volto a repetir: vou ficar aqui junto com vocês enquanto o presidente permitir, enquanto eu tiver saúde… ou até a hora que não for mais necessário ficarmos aqui.”

A avaliação, no Palácio do Planalto, é de que a saída de Mandetta, neste momento, faria mal para o governo. Contudo não se sabe qual será a reação do presidente daqui pra frente.

“Depende de qual será a reação do presidente ao se sentir confrontado”, disse uma das fontes.

“Ele (Mandetta) está pisando em ovos. Vai ter que ter muita habilidade”, disse a segunda fonte.

Por fim, Bolsonaro desistiu de fazer um novo pronunciamento como havia anunciado em entrevista na sexta-feira.

O presidente havia dito que planejava uma segunda fala esse final de semana para, segundo ele, dizer “a verdade”. Mas ele foi convencido que não seria um bom momento.

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