Seu Crédito Digital
O Seu Crédito Digital é um portal de conteúdo em finanças, com atualizações sobre crédito, cartões de crédito, bancos e fintechs.

Mulheres investem menos do que os homens e são mais conservadoras ao investir

Apesar do crescente número de mulheres no mundo dos investimentos, elas ainda investem menos do que os homens no Brasil. Esse dado é de uma pesquisa do aplicativo Guiabolso, que analisou informações de janeiro de 2020. Em média, as mulheres investiram R$ 450 a menos do que os homens no período analisado. Isso está diretamente ligado à diferença salarial, afinal as profissionais do gênero feminino ainda recebem 18% a menos do que os homens.

É provável que você também goste:

Famílias do Nordeste estão recebendo menos recursos do Bolsa Família

7 excelentes dicas para renegociar suas dívidas e sair do vermelho

Mulheres e cartão de crédito: por que a fama de gastadeiras?

Mulheres tendem a ser mais conservadoras ao investir

As mulheres também são mais conservadoras quando o assunto é investimento. Segundo a pesquisa, 42% das entrevistadas deixa o dinheiro na poupança, que rende menos que outros investimentos, mas passa mais sensação de segurança para elas. O percentual de homens que deixam suas reservas na poupança é de 37,5%. O valor médio do saldo da poupança para os homens foi de R$ 4.160, enquanto para as mulheres ficou em R$ 3.573.

Mesmo o Tesouro Direto, que é considerado um dos investimentos mais conservadores e seguros, ainda conta com poucas mulheres em relação aos homens. Segundo dados de 2019, apenas 31% dos investidores do Tesouro eram mulheres.

No próprio aplicativo Guiabolso essa diferença também é percebida: somente 39% dos usuários da plataforma são do sexo feminino. Em muitos casos, as mulheres ainda veem as finanças como um “assunto de homem” e acabam deixando essa responsabilidade para os companheiros, ainda que uma mudança de mentalidade esteja surgindo entre as brasileiras. Entre as usuárias do app, apenas 15% investem.

Na bolsa de valores, elas aos poucos estão marcando presença. Entre 2002 e 2019, o número de mulheres comprando e vendendo ações aumentou em aproximadamente 22 vezes. Até outubro do ano passado, elas representavam 22,7% dos cadastros da bolsa. Além disso, foi verificado que a idade média das investidoras da B3 é de 26 a 35 anos.

Mulheres devem se tornar cada vez mais independentes

Em julho de 2019, o Uol fez uma matéria sobre mulheres que investem na bolsa. Entre as entrevistadas, estava Natália Dalat, que fez da compra e venda de ações uma profissão e virou home broker. Ela atuava como assessora e, com a nova profissão, passou a receber dez vezes mais.

A expectativa para o futuro é de que as mulheres sejam cada vez mais independentes financeiramente, cuidando do próprio dinheiro, diferentemente do que acontecia décadas atrás. Isso ocorre principalmente por causa da crescente taxa de divórcios e também porque em média as mulheres vivem mais do que os homens. Ou seja, o mais recomendado é que as mulheres comecem desde já a conhecer as próprias finanças, olhar extratos, pedir descontos, observar taxas abusivas e, é claro, investir para que o dinheiro cresça com o tempo. 

Iniciativas para incentivar mulheres a investir

Embora ainda sejam poucas a mulheres que investem, não faltam projetos no Brasil que buscam estimular as mulheres a se tornarem investidoras e cuidarem melhor do próprio dinheiro. A corretora Easynvest, por exemplo, criou o projeto Nós, mulheres investidoras.

Por meio dele, a corretora produz vídeos e podcasts, além de manter um grupo no Facebook para dar dicas de investimentos e orientar as mulheres e fazerem suas reservas renderem mais. O grupo do projeto já conta com quase 3 mil membros. A instituição também oferece um e-book gratuito para mulheres, chamado “Investimentos de A a Z”.

A ModalMais, outra corretora de valores, também criou a sua própria página no site destinada às mulheres. Lá são encontrados e-books gratuitos, vídeos e demais informativos para auxiliar as brasileiras a realizarem seus primeiros investimentos. Na página, eles destacam, por exemplo, o fato de que apenas na década de 1960 as mulheres passaram a ter direito a abrir conta-corrente no Brasil.

Outras startups também veem essa falta de mulheres no mundo de investimentos como uma oportunidade de melhoria. No Brasil está sendo lançado o ElasBank, que pretende entregar uma “solução financeira completa” para mulheres. A nova fintech é fruto de uma parceria entre a historiadora Hanna Schiuma, que entrou no mercado financeiro há três anos, e o  executivo de carreira no Itaú Unibanco Christian Zimmer.

A startup desenvolveu um robô de investimentos para mulheres, que automatiza o processo de alocar o dinheiro. De acordo com o objetivo informado no cadastro, o bot vai atualizando quanto dos fundos está em renda fixa e em renda variável.

Até março do ano que vem, o ElasBank pretende ter mil clientes, conquistadas de maneira orgânica. Segundo entrevista concedida ao Pequenas Empresas e Grandes Negócios, em 2022 o ElasBank pretende conquistar mercado em outros países.

Canais no Youtube criados por mulheres que investem

Já existem canais de Youtube que são voltados para ensinar as mulheres a administrarem o próprio dinheiro e começarem a investir. Um dos mais famosos, por exemplo, é o Me Poupe, de Nathalia Arcuri, com mais de 4 milhões de inscritos. Outra iniciativa é o canal Finanças Femininas, de Carol Sandler, com mais de 110 mil inscritos. Ambas dão dicas sobre renda fixa e renda variável, além de truques para economizar no dia-a-dia.

Enfim, gostou da matéria?

Então, siga o nosso canal do YouTube, e nossas redes sociais como o FacebookTwitter e Instagram. Assim acompanhará tudo sobre bancos digitais, cartões de crédito digitais, empréstimos e matérias relacionadas ao assunto de fintechs.

Imagem: wocintechchat do Unsplash.