O que fez o Nubank perder 65% do valor após ser tão valioso no Brasil?
Desde a sua inauguração na bolsa de valores, as ações e o valor do Nubank já despencaram 65%. Ou seja, passou de US$ 41,5 bilhões, para US$ 17,1 bilhões. Enquanto isso, no mesmo período, os seus principais concorrentes não sofreram essa volatilidade. Inclusive, o Itaú e o Bradesco estão valendo mais agora do que em dezembro. Diante disso, o que fez o Nubank perder tanto valor? Descubra abaixo.
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O que fez o Nubank perder 65% do valor após ser tão valioso no Brasil?
De acordo com a explicação do Nubank,“apesar da recente volatilidade do mercado no curto prazo, continuamos com total confiança e comprometimento com a criação de valor de longo prazo”.
Segundo analistas que foram entrevistados pela BBC News Brasil, existe uma soma de fatores que explica a baixa das ações do Nubank. Desde o começo, os investidores demostraram interesse na fintech na esperança de uma alta na rentabilidade. Ou seja, eles fizeram uma aposta.
Já no cenário externo, o mercado continua de mau humor por conta da pressão inflacionária e da alta de juros nos mercados desenvolvidos. Em um mês, a Nasdaq já acumula uma baixa de 13%. Desde o começo do ano, a perda já chega a 30%.
De acordo com João Bragança, diretor de serviços financeiros da consultoria alemã Roland Berger,
“Quando se olha transversalmente para a avaliação de fintechs no mercado internacional e não só com foco no Brasil ou América Latina, percebe-se uma grande pressão em suas avaliações de mercado. Mas o que aconteceu de diferente no início deste ano? Há uma tendência de inflação crescente não só na América Latina, mas em todo mundo”.
Mercado interno também prejudicou o Nubank
Em um ambiente de deterioração da economia do Brasil, com alta dos juros e da inflação, e perda de renda da população, crescem as preocupações sobre o Nubank. Mais especificamente, se ele é capaz de “monetizar sua base de clientes”.
Nesse contexto, e levando em conta a alta das operações de crédito do Nubank, o medo cai sobre a perspectiva de elevação de inadimplência. Ou seja, como a instituição investiu muito na captação dos clientes, o temor é a estimativa de calote.
De acordo com Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Research,“Sempre que os juros sobem, o crédito fica mais caro. Desestimulam-se o consumo e a tomada de crédito. E o Nubank é uma instituição de crédito. A maior base de receitas deles vem de cartão de crédito, principalmente no rotativo (ou seja, que parcelam), e de empréstimos”.
Por fim, Lopes afirma que o índice de inadimplência do Nubank cresceu, e está acima da média dos bancos tradicionais. “Não achamos interessante um banco recém-chegado buscar acelerar o acesso a crédito num momento tão complicado de juros”, explica Lopes.
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Imagem: Jo Galvao / Shutterstock.com