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Como devem ficar os preços dos imóveis em 2023?

As previsões de queda dos juros e da inflação podem ajudar no ambiente de preços dos imóveis. Entenda quais são as perspectivas!

Quem está pensando em comprar uma casa ou apartamento, certamente deseja saber como devem ficar os preços dos imóveis em 2023. Os anos passados foram de ofertas muito boas, já que os juros estavam baixos. Mas essa realidade mudou e agora os financiamentos estão mais caros.

Para entender melhor essa relação, siga na leitura e conheça os próximos movimentos do mercado!

Como a pandemia afetou o preço dos imóveis?

Não é novidade para ninguém que uma pandemia assolou o mundo recentemente. Infelizmente, todos os países enfrentaram uma situação muito difícil para combater uma doença que acabou tirando muitas vidas. No entanto, esse período já passou e a humanidade conseguiu superar.

Muito desse grande desafio foi vencido por conta das medidas adotadas. Entre elas, tivemos o isolamento social, período no qual o modo de viver foi alterado como um todo. As relações de trabalho sofreram fortes modificações e o dia a dia das pessoas passou a ter uma configuração completamente diferente.

Nesse sentido, é importante destacar que praticamente toda a vida passou a se dar dentro de casa. Devido à necessidade de se isolar, o trabalho foi realizado a partir de casa, no modelo remoto. De um modo nunca antes visto, as pessoas ficaram muito mais tempo dentro de casa.

E isso trouxe a vontade de ter um ambiente melhor e mais adaptado a essa nova realidade. Em muitos casos, isso significou trocar de casa, para uma maior ou em cidades do interior, já que o home office permitiu trabalhar à distância, para alguns tipos de profissões.

Se pensarmos em um movimento maior, de toda a sociedade, perceberemos que foram necessárias muitas novas construções, expandindo o mercado de imóveis.

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Como a inflação e a taxa de juros mexem com os preços dos imóveis?

Para saber como os preços dos imóveis devem ficar em 2023, é importante entender como as variáveis financeiras estão relacionadas ao mercado de imóveis. Nesse sentido, existem alguns relacionamentos principais que precisam ser observados.

Entre eles, o mercado da construção e a inflação. Esses dois fatores estão diretamente relacionados porque a construção de imóveis depende da compra de materiais. Dessa forma, quanto mais alta estiver a inflação, maior será o preço de aquisição dos insumos para construir casas e apartamentos e, consequentemente, mais caros eles serão.

Vale lembrar, novamente aqui, da pandemia. Como as indústrias reduziram sua atividade, houve uma disparada do preço de vários materiais. E isso se refletiu no preço da construção. Entretanto, esses gargalos estão sendo superados e já há uma maior oferta de materiais para construção.

Juros

Já outro fator importante no mercado de imóveis se dá entre a taxa Selic e os financiamentos, promovidos pelos bancos e pelas instituições financeiras. Como a taxa Selic corresponde ao juro básico do país, isso quer dizer que o valor dos financiamentos sempre acompanhará o “andamento” da Selic.

Assim, quanto mais alta estiver a taxa, maior será o juro do financiamento, e vice-versa. Como um financiamento geralmente é um compromisso de longo prazo, qualquer aumento de 1 ponto percentual traz um impacto considerável no valor final pago pelo imóvel.

Dessa forma, quando a Selic está alta, o mercado de imóveis novos tende a “esfriar”.

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Como devem ficar os preços dos imóveis em 2023?

Indo para o que esperar, cabe destacar que o ano de 2023 começou com a taxa básica de juros em alta, com seu pico de 13,75% ao ano, alcançado em agosto de 2022 e tendo permanecido, neste patamar, por cerca de um ano.

Isso significa que os custos de financiamento e incorporação, portanto, ficaram mais altos, o que fez com que o mercado imobiliário sofresse um desaquecimento. Sinais desse “freio” na venda de novos imóveis já apareceram.

Conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), até praticamente metade do ano de 2023, houve queda de 9% no volume financeiro emprestado. Ou seja, menos imóveis foram financiados no Brasil.

Veja os dados:

  • Janeiro a maio/2021: R$ 77,4 bilhões;
  • Janeiro a maio/2022: R$ 69,7 bilhões;
  • Janeiro a maio/2023: R$ 63,4 bilhões.

Nesse sentido, com menos valores distribuídos para o financiamento, contando apenas com recursos da poupança, isso significa uma quantidade menor de imóveis vendidos. Foram 25% a menos em 2023 ante 2022. Como veremos a seguir:

Vamos aos números:

  • Janeiro a maio/2021: 331,8 mil unidades;
  • Janeiro a maio/2022: 293,1 mil unidades;
  • Janeiro a maio/2023: 219,1 mil unidades.

Em resumo, o que aconteceu foi seguinte: com juros mais elevados, uma quantidade menor de pessoas conseguiu comprovar renda suficiente para o financiamento imobiliário. Com menos pessoas conseguindo financiar a compra de um imóvel, menos unidades foram vendidas.

Como mostram os dados acima essa queda vem desde 2021. Cabe destacar que, novamente por conta da pandemia, os juros foram reduzidos a 2% ao ano [para ajudar a estimular a economia]. Isso ajudou – e muito – o setor imobiliário.

Então, não haveria como ser diferente neste momento. Conforme os juros sobem, as vendas e os financiamentos caem. Exatamente isso que acontece nesse início de ano.

Dinâmica do mercado

Aqui vale lembrar que o mercado de imóveis sempre passa por um ciclo que contém 4 fases: expansão, sobreoferta, recessão e recuperação. A depender de qual período se estiver, pode-se esperar uma recuperação mais rápida ou mais demorada, e o nível da taxa de juros é bastante importante nesse processo.

Como já passamos por uma fase de forte expansão e sobreoferta, é provável que tenhamos ultrapassado o período recessivo nas vendas de novos imóveis. Um fator que contribui para a retomada é a desinflação, que sempre vem acompanhada da alta na taxa de juros.

Sinais que podem trazer melhora

Para que o mercado se reaqueça definitivamente, é preciso que a taxa Selic entre em uma curva decrescente, ou seja, abaixe seu valor. E isso já está previsto para ocorrer no segundo semestre de 2023.

A expectativa é de que os juros possam ficar abaixo de 10% em 2024 – e irem recuando até 2025.

Outro fator, consequente, é a queda da inflação. E isso vem ocorrendo também. A projeção para a inflação é que fique em 4% até 2024. Caso confirmado, isso pode ajudar o mercado.

Em suma, como vimos, saber como devem ficar os preços dos imóveis em 2023 realmente não é uma tarefa fácil, pois não se pode saber exatamente sobre o futuro.

Há também fatores como a própria localização do imóvel, o calçamento da rua ou a construção de um shopping ou supermercados que podem valorizar uma casa ou apartamento.

No entanto, há fatores positivos em vista no Brasil, como redução dos juros, queda da inflação e a consequente melhora da economia, o que ajuda no emprego.

Por fim, caso esteja no seu radar buscar, neste momento, um financiamento, a consulta de profissionais do ramo, como correspondentes bancários, pode ser valioso. Eles ajudam em todo o trâmite burocrático para obtenção de um financiamento.

Assim, ao surgir uma oportunidade, em meio ao cenário de juros e inflação, em queda, pode-se estar preparado para a compra de um imóvel.

Imagem: Alexander Raths / shutterstock.com