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Grande empresa brasileira pede recuperação judicial pela segunda vez e preocupa clientes

O pedido aconteceu após prazo de 30 dias de tutela cautelar contra credores. Veja o que pode acontecer no novo pedido de recuperação judicial.

A Oi, uma das quatro maiores empresas de telecomunicação do Brasil, entrou com um segundo pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro. Isso porque a atual dívida de R$ 43,7 bilhões ainda resiste, mesmo após o primeiro pedido, feito em 2016.

Desde 3 de fevereiro, a empresa já tinha uma tutela cautelar de proteção contra credores aprovada judicialmente. Ou seja, execuções e bloqueio de dívidas ficaram válidos por 30 dias, até que a Oi preparasse um novo pedido de recuperação.

Assim, continue a leitura e entenda o que está em jogo com esta nova medida da operadora carioca.

Oi informa que negociações com credores continuam em andamento

Em pedido enviado para a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi afirmou que a dívida vencida em 5 de fevereiro, no valor de R$ 600 milhões, não conseguiria ser paga. Segundo nota da companhia ao mercado, divulgada hoje (2), a Oi diz que ainda existem “pontos ainda sujeitos à concordância entre as partes que impossibilitam a companhia de concluir a reestruturação de sua dívida.”

Mesmo sem entrar detalhadamente no motivo do novo pedido de recuperação judicial, sabe-se que a Oi tem, em sua lista de credores, diversas instituições de grande porte, tanto no mercado brasileiro como no internacional. Por exemplo, o Bank of New York Mellon, Itaú, Bradesco, Santander e outros.

E por falar em bancos, Bradesco, Itaú, Caixa, BB e China Development Bank entraram com recurso na Justiça do Rio de Janeiro a fim de exigir o pagamento dos créditos vencidos da Oi. O motivo é que eles consideram que a Oi não poderia pedir nova recuperação antes de finalizar o primeiro pedido. Ou seja, a medida só poderia acontecer em outubro de 2025, quando vence o prazo do plano original.

Anatel irá acompanhar o Grupo de Trabalho

Após a confirmação de um segundo pedido da Oi, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já informou que participará do Grupo de Trabalho que analisará o processo protocolado pela Oi na Justiça. No momento, a Oi cumpre o prazo de 60 dias para encaminhar documentos comprobatórios para a análise da agência.

De acordo com dados da operadora, do valor total de R$ 43,7 bilhões da dívida atual, cerca de R$ 1 bilhão são de contratos trabalhistas. Nesse sentido, eles são chamados de Classe 1 devido às suas prioridades.

Por fim, segundo especialistas do mercado, a aprovação de uma segunda recuperação judicial é rara. Por isso, resta aguardar as próximas decisões da justiça a fim de entender qual será o futuro da Oi.

Imagem: Miha Creative/ shutterstock.com