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Como reduzir os juros do financiamento imobiliário da Caixa?

A compra de um imóvel é uma das decisões mais importantes da vida de boa parte dos brasileiros, mas as recentes altas dos juros deixaram esse sonho, infelizmente, mais distante e, sobretudo, mais caro.

Isso acontece porque essa é uma dívida que compromete as finanças por um longo período de tempo e onde os bancos assumem um grande risco. 

Afinal, qual é a garantia de que a pessoa vá contar, em muitos casos, com a mesma renda, ao longo de décadas, para honrar com os pagamentos?

E isso, no mundo das finanças, se reflete em maiores taxas de juros, para compensar, aos bancos, a possibilidade de que ocorra a falta de pagamentos.

Portanto, na hora da contratação do financiamento, o tomador deve ficar muito atento aos juros cobrados pelo banco na hora da concessão do crédito imobiliário.

Para amenizar o impacto da alta dos juros e, consequentemente, do valor a ser pago ao longo dos anos, a Caixa, que é o principal agente financiador do crédito imobiliário no país, conta com algumas alternativas.

Vamos detalhá-las neste artigo!

Crédito Imobiliário da Caixa

Antes de mais nada, é importante situar o papel da Caixa no setor de crédito imobiliário do país e as condições que o banco oferece.

Conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), de janeiro a outubro de 2022, foram financiadas, como um todo, seja para aquisição ou construção, 618,8 mil unidades no País.

Em termos financeiros, ou seja, de valores financiados, estamos falando de R$ 151,1 bilhões nos dez primeiros meses de 2022.

Para entendermos a representatividade da Caixa, no todo deste mercado, conforme a Abecip, foram 398 mil unidades financiadas apenas pelo banco público, enquanto em termos de valores, a cifra atingiu R$ 81,496 bilhões. 

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Dessa forma, analisando a participação da Caixa, em relação ao mercado, como um todo, observamos que este banco representou 64,3% das unidades financiadas no Brasil, ao passo que em relação às unidades totalizou uma fatia de 53,9%.

Como comparação, o Itaú Unibanco, segundo colocado no mercado, financiou 16,1% das unidades e 21,9% dos valores no mesmo período.

Em seguida, aparecem Bradesco, com 9,9% em unidades e 11,9% em valores; e Santander, com 4,2% em unidades e 5,1% em valores.  

Poupança

Acima, detalhamos o montante de crédito oferecido pelos bancos com recursos da caderneta de poupança – que é o mais utilizado. 

Para quem não sabe, os valores financiados pelos bancos vêm de uma parcela depositada pela população na poupança, que é o investimento mais seguro, isento de tributação de Imposto de Renda e com mais liquidez que há no mercado. 

Claro que todas essas facilidades cobram um preço, uma vez que sua rentabilidade acaba perdendo para outras aplicações. 

Neste artigo, contamos em detalhes qual é a origem dos recursos emprestados nos financiamentos imobiliários.

Juros dos financiamentos

Mas voltando aos juros, eles vêm subindo por conta da alta da Selic. Até o final de 2022, a taxa básica de juros encontra-se em 13,75%.

A taxa de juros, que é determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), a cada 45 dias, é um instrumento usado para controlar a inflação. Em contrapartida, na maioria das vezes, reduz a atividade econômica.

Isso se observa, inclusive, com os financiamentos imobiliários. 

Conforme a Abecip, os valores financiados de janeiro a outubro de 2022 recuaram 12% sobre igual período de 2021. Redução semelhante ocorreu com as unidades financiadas: queda de 15,7%.

Ou seja, o aumento dos juros acaba sendo um fator de inibição do crescimento dos financiamentos imobiliários.

A tendência, com juros mais altos, é que o valor da prestação aumente, elevando, junto, a renda mensal necessária para o pagamento das prestações.

A capacidade de pagamento é uma das exigências básicas e o valor das prestações não pode superar os 30% dos ganhos brutos da família que busca o financiamento.

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Como reduzir os juros no financiamento?

Para driblar esse empecilho da alta dos juros da economia, que é algo contra o qual ninguém consegue controlar, existem algumas alternativas.

Segundo a Caixa, quanto maior for o relacionamento que o mutuário tiver com o banco mais barato será o financiamento. Falar em financiamento mais barato significa dizer juros menores.

Quando falamos de relacionamento com o banco nos referimos:

  • a aplicações financeiras, como investir na poupança, em CDBs, ações, fundos de investimentos e previdência; 
  • à contratação de algum seguro (seja de vida, residencial, auto, capitalização, consórcio ou prestamista);
  • à abertura de conta: corrente, poupança, salário ou Caixa Fácil;
  • ou à aquisição de cartão de crédito.

Modalidade de financiamento

Antes de solicitar o financiamento na Caixa é preciso escolher entre alguma das modalidades existentes, que vamos detalhar a seguir:

Pró-Cotista – Recursos FGTS

Aqui, ao menos um dos proponentes do financiamento, precisa ter e comprovar três anos de carteira assinada com o regime de FGTS, contando com contrato de trabalho neste sistema. 

Ademais, contar com saldo na conta do FGTS, com pelo menos 10% do montante de avaliação do imóvel, quando tiver contrato inativo, no momento da assinatura do contrato.

SBPE

Neste caso, são recursos oriundos da poupança, ou do SBPE, que é o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.

Conforme a Caixa, com recursos do SBPE, sempre considerando um relacionamento com a instituição, existem duas alternativas de escolha.

Uma com a correção pelo Crédito Imobiliário Poupança Caixa e outra com a indexação por TR, IPCA ou taxa fixa.

Taxas praticadas

Agora que entendemos como funciona a sistemática do crédito imobiliário da Caixa, vamos conferir as taxas vigentes em dezembro de 2022 para pessoas físicas, segundo dados do Banco Central.

  • Com taxas pré-fixadas a taxas de mercado: 10,08% ao ano e 0,80% ao mês;
  • Com taxas pós-fixadas referenciadas em TR: 8,80% ao ano e 0,71% ao mês;
  • Com taxas pré-fixadas referenciadas ao IPCA: 4,84% ao ano e 0,39% ao mês.

Imagem: Alison Nunes Calazans / shutterstock.com