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Nubank completa seis meses na bolsa e queda absurda assusta investidores

De acordo com analista, o Nubank tem dificuldade de converter sua crescente base de usuários em lucro. Saiba mais!

Tempo estimado de leitura: 5 minutos

No dia 9 de dezembro de 2021, o Nubank entrou oficialmente na Bolsa de Valores com um dos maiores IPOs da história em número de investidores. Mais de 7 milhões de clientes embarcaram na oferta da fintech e aceitaram um “pedacinho” na proposta pública de ações da empresa.

Embora o Nubank tenha atraído muitos olhares no final do ano passado com uma estratégia de marketing bastante elaborada, a situação do roxinho tão querido pelos brasileiros não anda muito bem. As ações da fintech já caíram 50% em seis meses, assustando muitos investidores.

Influência de grande investidor e macroeconomia da época contribuíram para o sucesso das ações do Nubank

Os papéis do Nubank começaram a ser negociados na NYSE no dia 9 de dezembro de 2021, avaliados em US$ 9. No entanto, toda a comoção que alcançou o mercado na ocasião hoje representa uma percepção excessiva do valor da fintech, de acordo com especialistas.

“O Nubank tinha uma grande vantagem que foi entrar em um mercado muito competitivo com uma base muito forte e engajada de milhões de clientes. O mercado pensou que estavam no caminho certo, só precisava monetizar. Apesar de ser uma grande empresa, o valuation estava muito esticado”, explica o economista Fabio Louzada ao E-Investidor.

Entretanto, alguns fatores, na época da estreia, contribuíram para que os investidores tivessem altas expectativas, como:

  • Influência do grande investidor Warren Buffet, que meses antes do IPO realizou um aporte de US$ 500 milhões no Nubank;
  • A macroeconomia da época não era tão incerta como observado nos últimos meses.

Nubank tem dificuldade de converter sua crescente base de usuários em lucro

Apesar de algumas pessoas não se incomodarem com a situação, a maior parte dos investidores mostram-se céticos em relação às quedas das ações do Nubank. 

Ao Estadão, Rodrigo Lima, analista de investimentos da Stake, pontua que, embora a fintech apresente uma expansão sólida na base de clientes, a empresa tem dificuldades em converter isso em lucro.

Para completar, outro recente ponto deixou os investidores alarmados: o pacote de mais de R$ 804 milhões destinado aos executivos do Nubank. De acordo com a companhia, os membros da diretoria só ganharão o pacote milionário se metas ambiciosas forem atingidas.

Aumento da inadimplência traz riscos para o Nubank

O aumento da inadimplência é um outro fator que continua deixando o mercado alarmado. O cenário de juros em alta prejudica a oferta de crédito, que é uma das principais atividades geradoras de caixa no ramo bancário. O risco tornou-se maior porque a população tem tido dificuldade de arcar com as despesas.

“A companhia conseguiria aumentar margem por empréstimo, só que isso pode ter uma inadimplência alta. O mercado está desconfiando de como o Nubank vai dar crédito de uma forma saudável para um público que, muitas vezes, nunca teve acesso a crédito”, aponta o economista Fabio Louzada ao E-Investidor.

No dia 16 de maio, o Nubank divulgou os resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre deste ano. Os dados apontam que a fintech registrou prejuízo líquido de US$ 45,1 milhões e um lucro ajustado de US$ 10,1 milhões.

A receita do banco digital bateu um recorde de US$ 877,2 milhões no primeiro trimestre de 2022, um crescimento de 226% na comparação anual. O CEO da companhia, David Vélez, chegou a afirmar que este foi o “trimestre mais forte” da história do Nubank.

CEO diz estar confiante que o Nubank vai conseguir reverter situação atual

O CEO do Nubank, David Vélez, que no final do mês de maio reagiu às críticas que a fintech tem recebido de investidores e analistas, fez uma avaliação positiva dos seis meses da companhia na Bolsa de Valores de Nova York.

De acordo com o que apontou Vélez ao E-Investidor, o principal motivo que ocasionou a queda dos papéis são os fatores macroeconômicos (inflação, guerra na Ucrânia e aumento nas taxas de juros) que atingiram o mercado de ações desde que o Nubank estreou na bolsa.

Além disso, o executivo está confiante que a fintech vai conseguir reverter a percepção negativa do mercado e rentabilizar a base de usuários a partir de novos produtos.

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Imagem: rafapress / Shutterstock.com