Quais bancos têm menor taxa no cheque especial
O cheque especial é um crédito pré-aprovado. Isso é, você não precisa fazer nenhuma solicitação para acessar esse dinheiro
Você certamente já se deparou com ele — isso se não precisou usá-lo. O cheque especial é uma opção aparentemente bastante simplificada e prática. E ele realmente é. Mas cuidado. Esse é um tipo de crédito com os maiores juros e pode gerar problemas de endividamento relevantes.
Para entender melhor como funcionam as modalidades de crédito em geral e, mais especificamente, o cheque especial, é só acompanhar abaixo!
Como funciona um crédito
Em uma explicação simples, o crédito é um empréstimo. Isso significa que o banco está oferecendo dinheiro para uma pessoa que solicitou. No entanto, não é tão simples assim apenas receber dinheiro, certo?
Para se proteger do risco de que esse valor não seja pago, os bancos normalmente exigem garantias e em todos os casos cobram os juros. Para cada tipo de operação, os juros serão diferentes.
Além disso, o perfil do tomador do crédito também importa. Ele tem impacto no tipo de empréstimo que poderá ser negociado. Pessoas com maior histórico de bons pagadores normalmente têm acesso a condições melhores.
Mas existem algumas modalidades de crédito. Financiamentos de imóveis e veículos, cartões de crédito, crédito consignado, crédito não consignado e, é claro, o cheque especial.
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Tipos de crédito
Cada tipo de crédito tem uma taxa de juros, que pode ser maior ou menor.
Os financiamentos, por exemplo, tendem a ter juros anuais relativamente baixos quando comparados às outras modalidades. Isso porque, via de regra, o próprio imóvel é uma garantia, assim como a entrada paga pelo cliente.
Empréstimos pessoais consignados também têm juros mais amenos. Trata-se de uma modalidade em que há um desconto automático da própria folha salarial do solicitante, o que diminui drasticamente o risco para as financeiras e, consequentemente, os juros.
Mas outras possibilidades apresentam maiores taxas. O cartão de crédito é o maior exemplo, já que possui os maiores juros existentes no Brasil. Isso porque o nosso país possui uma alta taxa de inadimplência.
Conforme o Serasa, 53% da população atualmente possui dívidas no crédito. A justificativa dos bancos para manter taxas tão altas nos cartões é justamente lidar com esse tipo de risco.
Além disso, há outro fator que impacta o crédito elevado — e não apenas do cartão: a inflação.
Quanto maior é a variação desse indicador, maiores serão as taxas de crédito. Hoje, a taxa básica de juros, chamada Selic, é uma referência para a variação de todo o tipo de crédito.
O Banco Central determina aumentos ou diminuições nessa taxa a fim de estimular ou frear o consumo da população.
Dessa maneira, é possível corrigir os preços e permitir que eles não subam desenfreadamente.
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Mas, e o cheque especial?
Bom, compreendendo como funcionam por cima as modalidades de crédito e qual é o próprio conceito de tomar um crédito, fica mais fácil entender o que é o cheque especial e, principalmente, porque ele pode ser tão perigoso.
Basicamente, o cheque especial é um crédito pré-aprovado. Isso é, você não precisa fazer nenhuma solicitação para ter uma determinada quantia de saldo disponível em conta, para usar quando o saldo for insuficiente.
Parece ótimo, não? Afinal, em muitos casos nos deparamos com situações em que falta muito pouco para um pagamento ser aprovado e precisamos apenas de um complemento pequeno.
Bom, cuidado! Lembra quando falamos que as taxas de juros para cada modalidade de crédito têm tudo a ver com o risco que o banco assume em emprestar aquela quantidade de dinheiro?
Seguindo essa lógica, é de se imaginar, portanto, que um crédito pré-aprovado não tenha juros baixos.
Crédito caro
E de fato não são. Conforme dados do Banco Central, o cheque especial está apenas atrás das modalidades de cartão de crédito e crédito pessoal não consignado e pré-fixado na comparação entre as maiores taxas de juros do Brasil.
Para um país que, de acordo com levantamento da Infinity Asset, possui a terceira maior taxa de juros do mundo, não é pouco.
No início de 2023, os juros médios do cheque especial estão em 132,23% ao ano.
Dados também do Banco Central indicam que apenas em agosto de 2022 foram concedidos R$ 38,5 bilhões pelos bancos nessa modalidade de crédito.
Pode até parecer alto, né? Mas poderia ser pior.
Em 2019, o Banco Central limitou, por meio da Resolução CMN 4.765, o valor máximo de juros que poderiam ser cobrados pelas financeiras no cheque especial para 151% ao ano.
Entre o mês de dezembro de 2019 e janeiro de 2020, quando a medida foi de fato implementada, a taxa de juros média do cheque especial caiu de 272,7% para 140%.
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O risco do cheque especial
Como qualquer opção de crédito, sempre há um risco para o devedor. Contudo, muitas vezes assumir uma dívida é necessário. Contudo, existem formas menos perigosas de se fazer isso.
O cheque especial possui juros altíssimos que podem acarretar em uma bola de neve, especialmente caso a dívida não seja quitada brevemente.
Uma dívida de R$ 200,00 no cheque especial com juros iguais à média de 132,23%, após um ano, será de R$ 464,46, por exemplo. Isso é mais que o dobro do valor do empréstimo feito.
Portanto, opções de crédito pessoal consignados quase sempre serão opções muito melhores — apesar de não tão práticas. Mas vale evitar o risco, certo?
Quais bancos possuem as menores taxas no crédito especial
Agora, se para você o cheque especial ainda é uma opção, ainda que não a melhor, vale ao menos procurar pelas opções com menores taxas.
E para chegar a esse número, foram utilizados os dados divulgados pelo Banco Central fornecidos pelas financeiras.
Os dados são referentes ao período entre 16 e 22 de dezembro de 2022.
Na primeira tabela, é seguida a ordem indicada pelo BC, partindo da menor taxa e indo até a quinta maior.
Por fim, na segunda tabela, é possível conferir o valor do cheque especial nos cinco bancos com a maior quantidade de correntistas do País que oferecem o serviço.
Menores taxas em ranking geral
Instituição | Juros ao mês | Juros ao ano |
Banco Paulista | 2,51% | 34,60% |
Banco Sofisa | 3,09% | 44,14% |
Banco BMG | 3,46% | 50,36% |
Banco Sicoob | 4,51% | 69,83% |
Banco Alfa | 4,51% | 69,83% |
Taxas entre os maiores bancos do Brasil
Instituição | Juros ao mês | Juros ao ano |
Santander | 8,24% | 158,7% |
Bradesco | 8,24% | 158,58% |
Caixa | 7,49% | 137,83% |
Itaú Unibanco | 8,13% | 155,38% |
Banco do Brasil | 7,93% | 149,76% |